DIPLOMA DIGITAL E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO ENSINO SUPERIOR:

ENSAIO TEÓRICO CRÍTICO

Resumo

A transformação digital no ensino superior brasileiro avança por meio de iniciativas normativas e tecnológicas que reconfiguram processos acadêmicos, administrativos e culturais. Entre essas medidas, destaca-se o diploma digital, regulamentado pelas Portarias MEC nº 330/2018, nº 1.095/2018 e nº 554/2019, concebido como documento nato-digital com validade jurídica plena. O diploma digital busca reduzir custos, ampliar a segurança documental e combater fraudes históricas, mas também impõe desafios de adaptação cultural e tecnológica às Instituições de Ensino Superior (IES). Objetivo: Analisar criticamente o diploma digital como expressão da transformação digital no ensino superior brasileiro, discutindo seus potenciais e limitações sob a perspectiva da cultura organizacional, da governança acadêmica e das implicações éticas, em diálogo com experiências recentes da incorporação da Inteligência Artificial (IA) na educação superior. Metodologia: Trata-se de um ensaio teórico-crítico, fundamentado em análise documental das Portarias MEC, revisão narrativa de literatura nacional e internacional sobre diploma digital, transformação digital e cultura institucional, além da incorporação de estudos recentes sobre IA no ensino superior. A discussão foi organizada em categorias temáticas: regulação e governança, eficiência e sustentabilidade, cultura organizacional e desafios éticos. Conclusão: O diploma digital representa inovação significativa, mas sua efetividade depende de políticas de governança ética, investimentos em infraestrutura e mudanças culturais institucionais. Assim como a IA, o diploma digital compartilha dilemas relacionados à equidade de acesso, resistência cultural e riscos de mercantilização, indicando que a transformação digital na educação superior deve ser compreendida como processo multifacetado, articulando tecnologia, cultura, regulação e valores humanísticos.