A EDUCAÇÃO DECOLONIAL E AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs): Ressignificando saberes a partir da literatura negra nas escolas
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2022v11n2p05-23Palavras-chave:
Educação decolonial; TICs; Literatura negra.Resumo
A presente pesquisa parte de uma intersecção entre a educação decolonial, tecnologias digitais e a literatura negra, enfatizando de modo relevante a sua importância no contexto educacional contemporâneo. Assim, parte-se de uma ratificação que o espaço escolar ainda reproduz algumas práticas eurocentradas que caminham pelo silenciamento de vozes negras e periféricas, traçando uma ideia de ressignificação do processo de ensino e aprendizagem. Deste modo, o objetivo principal deste trabalho foi investigar como a integração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) com abordagens da literatura negra podem contribuir para as práticas pedagógicas inclusivas e socialmente engajadas. Nessa conformidade, a metodologia utilizada partiu-se pelos caminhos bibliográficos, baseados em autores recentes que discutem a temática sobre decolonialidade, TICs e educação antirracista, sendo os principais: Bento (2020); Costa (2020); Lima (2023) e outros. Com isso, os resultados atravessam ao entendimento de que a presença das TICs no ambiente escolar surge como uma potencialização em torno da circulação das narrativas negras, estimulando o protagonismo dos estudantes e promovendo uma educação representativa e crítica. Além disso, foi possível constatar que a união das tecnologias e literatura negra traz como possibilidade uma ruptura em torno do currículo hegemônico, favorecendo aos alunos a se reconhecerem dentro das respectivas narrativas negras. Por fim, conclui-se que a educação decolonial, ao ser integrado com as TICs e a literatura negra, prolifera a transformação da escola em um espaço de resistência e ressignificação identitária, contribuindo para a formação de alunos conscientes e comprometidos com a justiça social.
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