Gestação na adolescência em comunidades ribeirinhas do Amazonas: barreiras de acesso ao pré-natal e papel da UBS
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p3317-3328Palavras-chave:
Amazonas, Atenção Primaria à saúde, Comunidades ribeirinhas, Gestação na adolescência, pré-natalResumo
A gestação na adolescência em comunidades ribeirinhas do Amazonas configura-se como um grave desafio de saúde pública, marcado por determinantes sociais, econômicos e culturais que acentuam vulnerabilidades maternas e neonatais. Nesse contexto, compreender as barreiras que dificultam o acesso ao pré-natal é essencial para subsidiar políticas de equidade no cuidado. O presente artigo teve como objetivo analisar os principais entraves enfrentados por adolescentes ribeirinhas na adesão ao pré-natal e discutir o papel das Unidades Básicas de Saúde (UBS) na promoção do cuidado integral. Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa, de caráter qualitativo e exploratório, fundamentada em artigos científicos, documentos oficiais e dados epidemiológicos produzidos entre 2015 e 2024. Os achados evidenciam que a distância geográfica, a precariedade de transporte, a baixa escolaridade, o estigma social e a insuficiência da rede assistencial comprometem o acompanhamento gestacional. Por outro lado, as UBS emergem como porta de entrada estratégica do Sistema Único de Saúde, com potencial de reduzir desigualdades por meio de práticas multiprofissionais, ações itinerantes e iniciativas educativas. Conclui-se que o fortalecimento da Atenção Primária, aliado a políticas públicas intersetoriais voltadas para populações ribeirinhas, é fundamental para assegurar um cuidado materno-infantil equitativo e efetivo na Amazônia.
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