O DECOLONIALISMO E SUAS INFERFACES
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p1217-1239Palavras-chave:
decolonialidade; colonialismo; epistemologia.Resumo
O presente artigo trata do fenômeno da decolonilização, categoria epistemológica imprescindível para os nossos tempos, buscando atingir uma compreensão geral do conceito sem, contudo, esgotar a complexidade do tema. Falar de decolonização requer o entendimento da própria colonização e da sua sobrevivência e permanência na atualidade. Vislumbramos essas diferenciações, chegando ao conceito de colonialidade que engloba a intersecção do tripé: modernidade racionalista, capitalismo e a colonização. O poder de dominação e a alienação decorrentes do colonialismo foram os principais aspectos explorados pelos pesquisadores decoloniais, em busca de elementos que combatam esse regime de desigualdades. Abordamos o nascimento e os principais teóricos contestatórios do sistema colonial, desde as primeiras abordagens dos martinicanos Fanon e Césaire e do camaronês Mbembe até os representantes brasileiros nas personalidades de Lélia Gonzalez e Nêgo Bispo. A constante popularização da epistemologia decolonial nos mais variados setores da vida humana tem contribuído para a difusão e fortalecimento dessa tendência, seja nos ambientes acadêmicos seja nos meios populares.
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