Desinformação em Saúde nas Redes Sociais: Desafios para a Saúde Coletiva

Autores/as

  • Gislleny Vidal
  • Lindemberg da Silva Maia
  • Thyago Leite Ramos
  • Adriana Carvalho de Oliveira
  • Myrelly Kethlen da Silva Soares
  • Maria Cleudenir Costa Bento
  • Ana Cláudia Moreira Santana
  • Pedro Paulo Martins de Lira
  • Oriana Márcia Tabosa Araújo
  • Claudia Jemima Passos Pinto

DOI:

https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p2119-2129

Palabras clave:

desinformação; redes sociais; saúde coletiva; políticas públicas; literacia em saúde.

Resumen

A desinformação em saúde disseminada pelas redes sociais constitui um dos maiores desafios contemporâneos para a saúde coletiva, uma vez que interfere diretamente na tomada de decisões individuais, compromete a confiança social nas instituições e reduz a efetividade das políticas públicas. Esse fenômeno é potencializado pela rapidez com que informações são compartilhadas, pelo funcionamento dos algoritmos de engajamento e pela baixa regulação das plataformas digitais, criando um ambiente propício para a circulação de conteúdos falsos ou enganosos. O objetivo deste estudo foi analisar os impactos da desinformação sobre práticas de saúde e discutir estratégias de enfrentamento que articulem comunicação científica, educação em saúde e mecanismos de regulação digital. Para tanto, foi realizada uma revisão narrativa da literatura em bases nacionais e internacionais, priorizando publicações recentes que abordassem os mecanismos de propagação, os fatores de vulnerabilidade e as consequências da desinformação no campo da saúde. Os resultados demonstraram que a exposição a informações falsas está associada à hesitação vacinal, ao uso de terapias não comprovadas e à adoção de condutas prejudiciais, além de alimentar estigmas relacionados a doenças como câncer e transtornos mentais. Verificou-se também que fatores sociodemográficos, níveis de literacia em saúde e características psicológicas individuais influenciam a suscetibilidade à desinformação, destacando a complexidade e a heterogeneidade do fenômeno. A discussão evidenciou ainda a ambivalência das redes sociais, que, ao mesmo tempo em que funcionam como vetores de desinformação, podem ser utilizadas de maneira estratégica como ferramentas de promoção em saúde. Conclui-se que enfrentar a infodemia requer respostas coordenadas e multissetoriais, que combinem campanhas educativas, fortalecimento da literacia em saúde, comunicação científica acessível e a responsabilização das plataformas digitais, a fim de reduzir os riscos associados à circulação de informações falsas e assegurar condições mais equitativas para a promoção da saúde coletiva.

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Publicado

2025-09-04

Cómo citar

Vidal , G., Maia , L. da S., Ramos , T. L., Oliveira, A. C. de, Soares , M. K. da S., Bento , M. C. C., … Pinto, C. J. P. (2025). Desinformação em Saúde nas Redes Sociais: Desafios para a Saúde Coletiva. INTERFERENCE: A JOURNAL OF AUDIO CULTURE, 11(2), 2119–2129. https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p2119-2129

Número

Sección

Revisão de Literatura