Implantes Zigomáticos: Expansão dos Limites na Reabilitação Oral Complexa
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2024v10n2p01-03Palabras clave:
Implantes Zigomáticos, IJAC, Implantodontia, Maxila atróficaResumen
A Implantodontia moderna tem testemunhado uma evolução significativa em suas técnicas e indicações clínicas, sendo os implantes zigomáticos um dos marcos mais relevantes nesse avanço. Desenvolvidos por Per-Ingvar Brånemark nos anos 1990, com o objetivo inicial de reabilitar pacientes com defeitos maxilares extensos decorrentes de traumas, ressecções oncológicas ou síndromes congênitas, esses implantes atualmente têm papel consolidado no tratamento da atrofia severa da maxila.
A principal indicação clínica dos implantes zigomáticos reside em pacientes com reabsorção óssea maxilar extrema, em que a instalação convencional de implantes é inviável sem procedimentos reconstrutivos complexos, como enxertos ósseos autógenos, enxertos em bloco ou levantamento de seio maxilar. Tais técnicas, além de invasivas, demandam tempo prolongado de cicatrização e implicam riscos adicionais. Frente a esse contexto, os implantes zigomáticos surgem como solução menos invasiva, mais previsível e de reabilitação mais rápida, especialmente quando associados a protocolos de carga imediata.
A instalação do implante zigomático exige elevado domínio anatômico, planejamento digital preciso e execução cirúrgica refinada. Sua ancoragem se dá no osso zigomático — uma estrutura densa e corticalizada que oferece excelente estabilidade primária. O trajeto do implante atravessa o seio maxilar, sendo possível utilizar técnicas intra ou extra-sinusais, dependendo da anatomia do paciente e da abordagem do cirurgião.
Do ponto de vista funcional, os resultados com implantes zigomáticos são notáveis. A literatura apresenta índices de sucesso superiores a 95% em 10 anos, quando respeitados critérios adequados de seleção, planejamento e execução. Além disso, pacientes que antes se viam restritos ao uso de próteses instáveis ganham a possibilidade de uma reabilitação fixa, com melhora significativa na mastigação, fonética, autoestima e qualidade de vida.
Contudo, é preciso salientar que, apesar dos avanços técnicos e previsibilidade clínica, o uso de implantes zigomáticos não é isento de complicações. Relatos de sinusites crônicas, parestesias, perfurações orbitárias ou fístulas oro-sinusais reforçam a importância do treinamento especializado e da criteriosa avaliação pré-operatória. O sucesso dessa abordagem está intimamente ligado ao conhecimento anatômico tridimensional, ao uso de exames por imagem de alta resolução e à integração interdisciplinar entre cirurgiões, radiologistas e protéticos.
No cenário atual, observa-se uma tendência crescente de associações com tecnologia CAD/CAM, cirurgia guiada e próteses sobre implantes imediatas, o que tem potencializado a previsibilidade e o conforto do paciente. A Implantodontia digital tem favorecido o planejamento reverso, possibilitando a instalação dos implantes em conformidade com a futura prótese, mesmo em contextos anatômicos desafiadores.
Em conclusão, os implantes zigomáticos representam uma das mais importantes fronteiras clínicas da Implantodontia contemporânea. Sua correta indicação, associada à execução precisa e multidisciplinar, amplia significativamente as possibilidades de reabilitação protética em pacientes anteriormente considerados sem alternativa. Investimentos em formação, pesquisa e inovação tecnológica são essenciais para garantir que essa técnica continue a oferecer soluções seguras, funcionais e estéticas no cuidado com a saúde bucal.
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