Abordagem cirúrgica para extração de canino impactado em âmbito ambulatorial sob regime de sedação mínima em paciente com TEA
Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p1295-1307Resumo
A pessoa com deficiência (PcD) enfrenta barreiras que dificultam sua participação plena na sociedade. Dentre os distúrbios de comportamento, destaca-se o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição neurológica complexa que afeta a comunicação, a interação social e os padrões de comportamento. No contexto odontológico, indivíduos com TEA apresentam desafios específicos durante o atendimento, especialmente devido à hipersensibilidade sensorial, o que pode gerar resistência a estímulos como som, luz e toque. Além disso, apresentam maior vulnerabilidade a problemas bucais, necessitando de uma abordagem diferenciada e cuidadosa por parte dos profissionais de saúde.Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de atendimento odontológico a uma paciente com TEA, utilizando sedação consciente para viabilizar a realização de uma cirurgia de extração dentária. Trata-se de uma paciente do sexo feminino, 15 anos, diagnosticada com TEA, encaminhada ao serviço odontológico universitário com suspeita de hiperplasia gengival. Durante a anamnese e exames clínicos, foram identificadas diversas alterações oclusais, como mordida aberta anterior, apinhamento dentário severo, agenesias e presença de restos radiculares. A avaliação radiográfica revelou um canino inferior esquerdo (33) impactado na região mentual e em posição vestibular, o que indicou a necessidade de intervenção cirúrgica.Para o manejo do caso, foi adotado o uso de sedação consciente com benzodiazepínicos, mais especificamente o Midazolam, devido à sua ação rápida, curta duração e alta margem de segurança. A administração medicamentosa foi realizada por equipe qualificada, respeitando todas as normas de biossegurança e condutas clínicas recomendadas. Conclui-se que o tratamento odontológico de pacientes com TEA requer planejamento individualizado, estratégias de manejo comportamental e, quando necessário, o uso criterioso da sedação consciente. Essa abordagem, quando aplicada de forma segura e ética, permite a realização de procedimentos com maior tranquilidade, promovendo um atendimento humanizado, eficaz e respeitoso às necessidades específicas desses pacientes.
Palavras-chave: Cirurgia de extração, Sedação consciente, Transtorno do Espectro Autista (TEA)
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