Marcadores Autonômicos de Co-Regulação: HRV e RSA como Eixos Fisiológicos da Sincronia Diádica Humana

Autores

  • Carolina Leão
  • Giulia Zancanaro
  • Beatriz Santos
  • Jefferson Lemos

DOI:

https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p6478-6482

Palavras-chave:

co-regulação; variabilidade da frequência cardíaca; arritmia sinusal respiratória; tônus vagal; sincronia fisiológica; sistema nervoso autônomo.

Resumo

Com o aumento global das doenças crônicas não transmissíveis, compreender os determinantes da saúde que ultrapassam dieta e exercício é fundamental. Evidências longitudinais, como as do Harvard Study of Adult Development (WALDINGER; SCHULZ, 2023), demonstram que a qualidade das relações humanas é um preditor mais consistente de longevidade do que marcadores clínicos isolados. A co-regulação diádica, entendida como o processo pelo qual dois indivíduos ajustam mutuamente suas respostas fisiológicas e emocionais, passou a ser estudada por meio de biomarcadores autonômicos. Esta revisão sistemática, conduzida segundo as diretrizes PRISMA 2020, identificou a variabilidade da frequência cardíaca (HRV) e a arritmia sinusal respiratória (RSA) como os principais indicadores da sincronia fisiológica. Ambas refletem o tônus vagal e a flexibilidade autonômica descrita por Porges (2011; 2022) em sua Teoria Polivagal. Evidências de Lunkenheimer et al. (2018) e Murray et al. (2023) mostram que a co-regulação parassimpática é essencial ao desenvolvimento emocional, enquanto Bastos Jr. et al. (2025) e Hopf et al. (2025) destacam a sincronização autonômica e hormonal em casais, associada à regulação compartilhada do estresse. Spengler et al. (2017) descreve a oxitocina como mediadora da reciprocidade emocional. Conclui-se que HRV e RSA são marcadores centrais da co-regulação fisiológica, expressando o elo biológico entre emoção, vínculo e saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BASTOS JR., M. A. V. et al. Physiological attunement and flourishing: understanding the influence of relationships on health. Frontiers in Psychiatry, v. 16, p. 1614379, 2025.

BUTLER, E. A.; RANDALL, A. K. Emotional coregulation in close relationships. Emotion Review, v. 5, n. 2, p. 202–210, 2013.

CRUZ, C. M.; PETRUCCI, G. W.; COGO-MOREIRA, H.; PEDROMÔNICO, M. R. M. L. Funcionamento familiar e problemas de comportamento em escolares. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 30, n. 1, p. 21–30, 2013.

HOPF, D. et al. Hormonal synchrony in older couples’ everyday life: the role of situational stressors and buffers. Hormones and Behavior, v. 172, p. 105743, 2025.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Estatísticas do Registro Civil – Divórcios judiciais e extrajudiciais 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2024.

LUNKENHEIMER, E.; TIBERIO, S.; SKORANSKI, A.; BUSS, K.; COLE, P. Parent-child coregulation of parasympathetic processes varies by social context and risk for psychopathology. Psychophysiology, v. 55, n. 2, e12985, 2018.

MURRAY, D. W. et al. Co-regulation as a support for older youth in the context of foster care: a scoping review of the literature. Prevention Science, v. 24, p. 1187–1197, 2023.

PORGES, S. W.; FURMAN, S. A. The early development of the autonomic nervous system provides a neural platform for social behaviour: a polyvagal perspective. Infant and Child Development, v. 20, n. 1, p. 106–118, 2011.

PORGES, S. W. Polyvagal theory: a science of safety. New York: W. W. Norton & Company, 2022.

SPENGLER, F. B. et al. Oxytocin facilitates reciprocity in social communication. Social Cognitive and Affective Neuroscience, v. 12, n. 8, p. 1325–1333, 2017.

WALDINGER, R. J.; SCHULZ, M. The good life: lessons from the world’s longest scientific study of happiness. New York: Simon & Schuster, 2023.

Downloads

Publicado

2025-11-01

Como Citar

Leão , C., Zancanaro, G., Santos, B., & Lemos, J. (2025). Marcadores Autonômicos de Co-Regulação: HRV e RSA como Eixos Fisiológicos da Sincronia Diádica Humana. INTERFERENCE: A JOURNAL OF AUDIO CULTURE, 11(2), 6478–6482. https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p6478-6482

Edição

Seção

Revisão Sistemática