Meritocracia E Nepotism Baby: Capital Familiar Na Inserção E Permanência Do Mercado De Trabalho Contemporâneo

Resumo

O presente artigo analisa a relação entre capital familiar e meritocracia na inserção e permanência no mercado de trabalho contemporâneo, a partir do fenômeno sociocultural dos nepobabies — filhos de pessoas influentes que se beneficiam das conexões familiares em suas carreiras. Parte-se do pressuposto de que a família constitui o primeiro espaço de formação de capital social, humano e moral, sendo determinante na criação de oportunidades iniciais, conforme as teorias de James Coleman (1990) e Gary Becker (1993). Contudo, argumenta-se que o privilégio de origem, embora ofereça vantagens simbólicas e relacionais, não garante sucesso duradouro sem desempenho, disciplina e autenticidade. A pesquisa adota abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, com método dedutivo e técnica de análise de conteúdo, conforme Bardin (2011). Foram examinadas obras clássicas e contemporâneas nas áreas da Sociologia, da Economia da Família e dos Estudos Organizacionais, além de casos empíricos amplamente documentados — como Pelé e Edinho, Richard Williams e suas filhas Serena e Venus, Zoë Kravitz, Maya Hawke, Maria Rita e a família Matarazzo. Essa triangulação entre teoria e empiria permite observar padrões de conversão ou dissipação do capital familiar em mérito e desempenho individual. Os resultados evidenciam que o capital herdado pode impulsionar o início de carreiras, mas o sucesso sustentável depende da capacidade de transformar a herança em valor produtivo. O estudo conclui que o fenômeno “Nepotism Baby - nepobaby” revela a natureza condicional do privilégio: ele pode abrir portas, mas apenas o mérito as mantém abertas. A verdadeira ascensão profissional resulta da convergência entre herança social e competência individual, traduzindo o equilíbrio entre origem e realização como expressão autêntica da mobilidade social contemporânea.