MIOCARDITE PÓS-COVID-19: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p4453-4468Palavras-chave:
Miocardite; COVID-19; Prognóstico.Resumo
Introdução: A miocardite pós-COVID-19 emergiu como uma das complicações cardiovasculares mais relevantes descritas após a pandemia, associada a quadros de inflamação miocárdica que variam de formas leves e transitórias a apresentações graves, incluindo insuficiência cardíaca e morte súbita. Apesar do número crescente de estudos, a literatura apresenta heterogeneidade quanto aos critérios diagnósticos, desfechos clínicos e estratégias de acompanhamento, o que dificulta a consolidação de consensos clínicos. Objetivo: Analisar a produção científica sobre a miocardite pós-COVID-19, identificando características clínicas, diagnósticas e prognósticas descritas na literatura, bem como lacunas para futuras pesquisas. Método: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, conduzida nas bases PubMed, Scopus, Web of Science e SciELO, incluindo artigos publicados entre 2020 e 2025 nos idiomas português e inglês. Foram considerados estudos que abordassem de forma direta a ocorrência, o diagnóstico ou o prognóstico da miocardite em indivíduos pós-COVID-19. A seleção e a análise seguiram as recomendações do PRISMA, e o nível de evidência foi classificado conforme as diretrizes do Joanna Briggs Institute. Resultados: Doze estudos compuseram o corpus da revisão. Os achados revelaram ampla variabilidade clínica, desde casos assintomáticos até apresentações graves, com destaque para a ressonância magnética cardíaca como ferramenta diagnóstica central. Quanto ao prognóstico, observou-se desde recuperação completa em curto prazo até complicações persistentes, como fibrose miocárdica, disfunção ventricular e risco de arritmias fatais. Conclusão: A miocardite pós-COVID-19 apresenta-se como condição complexa e de relevância crescente, exigindo diagnóstico precoce, monitoramento contínuo e protocolos padronizados para acompanhamento a longo prazo. Persistem lacunas quanto à uniformidade diagnóstica e às estratégias de seguimento, reforçando a necessidade de pesquisas multicêntricas, com maior rigor metodológico, que subsidiem diretrizes internacionais e práticas assistenciais mais consistentes.
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