DISGRAFIA EM ADULTOS: EVIDÊNCIAS CLÍNICAS, DIAGNÓSTICAS E INTERVENÇÕES NA VIDA ADULTA

Resumo

A disgrafia, frequentemente estudada na infância, pode persistir ou se manifestar na vida adulta, impactando a autonomia, a autoestima e a inserção social e profissional. Este estudo teve como objetivo analisar, por meio de uma Revisão Integrativa da Literatura, as evidências clínicas, diagnósticas e terapêuticas sobre disgrafia em adultos. Foram selecionados 10 artigos publicados entre 2010 e 2025 nas bases PubMed, SciELO, Web of Science e ScienceDirect, conforme os critérios metodológicos do PRISMA. A análise permitiu a organização dos resultados em duas categorias: (1) evidências clínicas e diagnósticas da disgrafia em adultos; e (2) estratégias de intervenção e implicações para a vida cotidiana. Os achados indicam que a disgrafia pode estar associada a quadros desenvolvimentais persistentes ou a lesões neurológicas adquiridas, apresentando diferentes perfis (lexical, fonológico, periférico, misto e buffer grafêmico). Destaca-se a escassez de instrumentos diagnósticos específicos para adultos, com a maioria derivada de protocolos infantis ou adaptados a contextos de afasia, o que dificulta a precisão clínica e a comparação entre estudos. No campo das intervenções, emergem tanto métodos tradicionais de reabilitação quanto tecnologias assistivas, como softwares de predição textual e reconhecimento de voz. Entretanto, o acesso desigual e a ausência de padronização limitam sua efetividade. Conclui-se que a disgrafia em adultos demanda abordagem multiprofissional, protocolos específicos e políticas públicas que considerem não apenas os déficits de escrita, mas também seus impactos emocionais, funcionais e sociais.