Tuberculose em adolescentes na Amazônia: barreiras no diagnóstico e adesão ao tratamento em áreas de difícil acesso.

Abstract

A tuberculose continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil, com forte impacto na região amazônica devido às desigualdades sociais e às barreiras de acesso aos serviços de saúde. Em adolescentes, esses fatores se somam a vulnerabilidades específicas dessa faixa etária, dificultando tanto o diagnóstico precoce quanto a adesão ao tratamento. O presente estudo teve como objetivo analisar os principais entraves relacionados ao diagnóstico e à continuidade terapêutica da tuberculose em adolescentes amazônidas. Para isso, foi realizada uma revisão narrativa da literatura, considerando produções científicas publicadas entre 2020 e 2025. Os resultados evidenciaram que a condição de vulnerabilidade social de povos indígenas e comunidades ribeirinhas repercute diretamente nos desfechos clínicos, aumentando taxas de abandono e atrasos no tratamento. Além disso, verificou-se que regimes terapêuticos prolongados tendem a comprometer a adesão, ao passo que esquemas encurtados, como o 3HP, apresentam maior aceitabilidade, embora ainda enfrentem limitações práticas em sua implementação. Conclui-se que a superação da tuberculose em adolescentes amazônidas exige estratégias intersetoriais, com integração entre saúde, educação e políticas sociais, além do fortalecimento da atenção primária e do reconhecimento das especificidades culturais regionais.

Palavras-chave: Adolescentes; Amazônia; Diagnóstico; Tratamento; Tuberculose.