REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: DESVENDANDO AS COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS E SEUS IMPACTOS NO PROGNÓSTICO
DOI:
https://doi.org/10.36557/2009-3578.2025v11n2p3447-3472Palavras-chave:
Complicações operatórias, Cardiopatias em adultos, Procedimentos cirúrgicos cardíacosResumo
Introdução: A doença coronariana possui um espectro clínico importante, que deve ser reconhecido adequadamente. As doenças cardiovasculares podem cursar com sinais e sintomas de manejo clínico e, por vezes, evoluir insidiosamente e causar complicações, cujo manejo clínico não seja suficiente, exigindo intervenção cirúrgica. Assim, o conhecimento médico acerca dos fatores de risco do paciente, podem minimizar a possibilidade de agravos.Objetivo: Identificar complicações cirúrgicas mais recorrentes em pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Método: Revisão integrativa. Realizou-se busca nas bases de dados MEDLINE, Pubmed, CINAHL, Scopus e Web of Science, em 2025. A partir do gerenciador de referências Rayyan, foram identificados 1686 artigos, após critérios de inclusão/exclusão, foram utilizados 13. Resultados e discussão: Os artigos revelam que complicações podem surgir desde o ato cirúrgico, até 30 dias após a operação. Dez estudos destacam as arritmias (notadamente a fibrilação atrial), infecções (respiratórias, neurológicas e no sítio cirúrgico), complicações pulmonares, neurológicas e renais. Três artigos abordam a patência dos enxertos e morbimortalidade. Essas complicações estão associadas a idade avançada, diabetes, obesidade, impactando negativamente os desfechos pós-operatórios, desde agravos clínicos aos pacientes, quanto no tange a gestão institucional, uma vez que complicações aumentam dias de hospitalização, uso de antimicrobianos, permanência em UTI, afastamento laboral, risco de sequelas, aumento na mortalidade. Conclusão: A pesquisa reforça a necessidade de avaliação minuciosa e manejo individualizado desde o pré-operatório, no ato cirúrgico e pós-operatório com medidas de segurança do paciente, com vistas a minimizar complicações. Para tanto, urge a necessidade de integração entre a atenção primária de saúde, a média e alta complexidade para o segmento longitudinal desses usuários, tendo em vista que a recuperação mais plena ocorre após 90 dias de cirurgia, sendo eminente a participação da Atenção Primária de Saúde-APS desde o pré-operatório, concomitante com a equipe de cirurgia, até posteriormente, quando da alta cirúrgica após os 90 dias, pois acredita-se que uma abordagem multidimensional dos riscos pode melhorar os resultados e reduzir a mortalidade após a CRM.
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