Indicadores de Qualidade no Sistema Único de Saúde: abordagens para Avaliação da Eficiência e Eficácia dos serviços prestados

Abstract

O presente estudo busca analisar os indicadores de qualidade no Sistema Único de Saúde (SUS), com enfoque na avaliação da eficiência e da eficácia dos serviços prestados, sobretudo no campo da atenção primária e das próteses odontológicas, considerando sua repercussão na saúde e na qualidade de vida dos usuários. A pesquisa se desenvolveu como uma revisão narrativa da literatura, com a seleção de produções científicas recentes em bases reconhecidas nacional e internacionalmente, priorizando estudos publicados entre os anos de 2021 e 2025. Os resultados encontrados evidenciam que os indicadores de qualidade têm se consolidado como instrumentos indispensáveis para monitorar a organização dos serviços, a utilização de recursos e os desfechos em saúde, permitindo não apenas mensurar processos, mas também avaliar impactos subjetivos relacionados à satisfação do usuário. Em contextos cirúrgicos, tais indicadores se mostram essenciais para a prevenção de complicações e a redução de taxas de morbimortalidade, enquanto na atenção primária permitem analisar a cobertura assistencial, a resolutividade das equipes e a efetividade das políticas implementadas. Verificou-se, ainda, a relevância do uso de metodologias quantitativas, como a Análise Envoltória de Dados e o Índice de Produtividade Malmquist, associadas a abordagens inovadoras, como modelos de fronteira estocástica e análise com números fuzzy, que ampliam a capacidade avaliativa ao integrar aspectos estruturais, organizacionais e sociais. A literatura também aponta a necessidade de indicadores específicos para áreas como a enfermagem e a saúde bucal, considerando que a avaliação da qualidade deve contemplar tanto parâmetros técnicos quanto dimensões subjetivas, como satisfação, autoestima e reintegração social. Apesar desses avanços, ainda persistem desafios significativos no SUS, relacionados à fragmentação das informações, à dificuldade de padronização de dados e às desigualdades regionais de acesso. Diante disso, a utilização consistente de indicadores de qualidade, aliada ao fortalecimento da participação social e ao uso de tecnologias digitais de monitoramento, mostra-se estratégica para a consolidação de um sistema de saúde mais eficiente, eficaz e equânime, capaz de responder às demandas da população brasileira.