LATARJET VS BANKART: QUAL ESCOLHER?

Resumo

A instabilidade anterior do ombro é frequente em jovens e atletas, frequentemente acompanhada por episódios recorrentes de luxação, impactando desempenho esportivo e qualidade de vida. Entre as técnicas cirúrgicas mais utilizadas estão a reparação artroscópica de Bankart (com ou sem remplissage) e o procedimento de Latarjet. Cada uma apresenta vantagens e limitações em termos de estabilidade, complicações e retorno ao esporte 1–4. Revisar criticamente a literatura comparando os resultados clínicos e funcionais do reparo de Bankart (±remplissage) e do procedimento de Latarjet em pacientes com instabilidade anterior recorrente, considerando atletas e diferentes graus de perda óssea glenoidal 5–7. Foi realizada revisão narrativa baseada em 20 estudos publicados entre 2015 e 2025, incluindo revisões sistemáticas, metanálises e estudos comparativos. Foram avaliados desfechos como recidiva, retorno ao esporte, complicações e resultados funcionais. A síntese priorizou consistência metodológica, tamanho amostral e aplicabilidade clínica 8–16. A literatura mostra que o procedimento de Latarjet apresenta menores taxas de recorrência e maior retorno ao esporte, sobretudo em atletas de contato e em casos com defeitos ósseos significativos 1–4,10–13,15. O reparo de Bankart, por sua vez, oferece bons resultados funcionais e menor morbidade em pacientes com perda óssea mínima, e o remplissage aumenta a estabilidade em casos de lesões de Hill-Sachs “engaging” 4,5,9,14. Evidências recentes sugerem que, em determinados cenários, ambos os procedimentos alcançam resultados semelhantes, reforçando a importância da individualização da conduta conforme perfil do paciente, demanda esportiva e risco de recidiva 11,16–20. Sendo assim, a decisão cirúrgica deve equilibrar estabilidade articular, retorno ao esporte e riscos associados, sempre considerando a participação ativa do paciente no processo decisório.